terça-feira, 22 de junho de 2010

Wilson Simonal

Wilson Simonal foi um dos maiores cantores dos anos sessenta. De voz afinada e cheio de swing, foi conquistando seu lugar aos poucos. De início integrou vários conjuntos musicais como "crooner" e, de apresentações em clubes, foi ganhando popularidade. Cantava uma mistura de samba com música pop e tinha influência da música negra norte-americana com toques de jazz. Seu primeiro álbum "Wilson Simonal tem algo a mais", em 1963, continha o sucesso "Balanço Zonal Sul." Seu segundo disco,"A nova dimensão do samba" fez sucesso no Rio e em São Paulo e a música "Jeito Bom de Sofrer", com arranjo Eumir Donato mostrou o lado comercial do cantor. O disco permaneceu muitas semanas nas paradas.



Essa parceria rendeu outros álbuns "Wilson Simonal", com destaque para a canção "Garota Moderna" e "S'imbora", ambos de 1965.




As capas de seus discos mostravam toda sua irreverência, como exemplo da capa de um compacto que mostra sua alegria, a camisa colorida e o selo dos patrocinadores estampados em uma época que a liberdade era controlada.
Em 1966 o álbum "Vou Deixar Cair" popularizou o ritmo dançante de Simonal emplacando nas paradas "Meu Limão Meu Limoeiro" e "Mamãe passou açúcar em mim". Tanto sucesso levou o artista á TV Record, lançando o programa "Show em Si...monal" que lhe rendeu um álbum gravado ao vivo.





A partir de 1962 Wilson Simonal lançou uma série de quatro álbuns intitulados "Alegria Alegria" com participações de grandes artistas como Jorge Ben e Caetano Veloso. E embalado por grandes sucessos como : "Sá Marina","Zazueira", "Que Maravilha" e "País Tropical".


Em 1970, a venda de seus discos chegou em 500 mil, ultrapassando o Rei Roberto Carlos. Mas com a intensa repressão da ditadura, Simonal foi acusado como informante do regime militar e seu álbum "Jóia" caiu nas paradas. Os rádios começaram a se recusar a tocar suas músicas, músicos o boicotavam e não havia mais espaço para ele na televisão. A gravadora então rescindiu seu contrato.


Seus discos lançados logo após o escândalo como “Se Dependesse de Mim” (1972) e “Ninguém Proíbe o Amor” (1975) não causaram impacto. Ainda tentou retomar o sucesso com o compacto "A Vida é só para cantar", mas a mídia logo lembrou sua fama de delator.



Os álbuns seguintes “Se Todo Mundo Cantasse Seria Bem Mais Fácil Viver” (1979), “Simonal” (1983), “Alegria Tropical”(1985), “Os Sambas da Minha Terra”(1991) e “Bem Brasil – Estilo Simonal” (1998, seu 37o e último álbum) não tiveram repercussão, e Simonal ficou restrito a apresentações em pequenos clubes e boates


Apesar de sua popularidade em países como Chile e Cuba, Simonal nunca conseguiu se recuperar artisticamente e morreu no ostracismo aos 62 anos, em São Paulo, vítima de falência múltipla nos órgãos. Seus filhos, hoje os cantores Wilson Simoninha e Max de Castro pretendem recuperar o legado musical do pai. Em 2009, estreou nos cinemas o documentário “Ninguém Sabe O Duro Que Dei”.

Postado por Cecília Escobar


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