Capa de disco também protesta. O irreverente e original artista Tom Zé sabia bem disso. Mas a sua idéia para estampar a capa do cd “Todos os olhos”, lançado em 1973, seria capaz de chocar até o mais radical subversivo. O que dizer então dos famosos censores do tempo da ditadura no Brasil, que vistoriavam toda produção cultural, seja ela letras, músicas ou capas, antes de serem expostas nas prateleiras das lojas, reprovando os conteúdos considerados ofensivos. Certamente eles ficariam chocados. Pois não ficaram. Tom Zé os enganou e a capa foi autorizada, apesar da provocação ser bem nítida. Como se diz, “estava na cara”. Ou não. Para Tom Zé estava um pouco mais embaixo.
A idéia era simples. Uma modelo contraia os lábios e uma bola de gude era colocada em sua boca. Apenas a bolinha e os lábios seriam fotografados. Via-se assim um olho, seja lá qual for a sua interpretação da palavra. Esta era a intenção de Tom Zé, brincar com a ambigüidade. Um olho, uma boca ou um ânus poderiam ser vistas pelas pessoas dependendo da imaginação de cada um. Mas o que de fato importa é que Tom Zé atingiu seu objetivo. O sutil protesto entrou para a história da música brasileira. Sem alarde, sem tumulto. Aos olhos da ditadura.
A idéia era simples. Uma modelo contraia os lábios e uma bola de gude era colocada em sua boca. Apenas a bolinha e os lábios seriam fotografados. Via-se assim um olho, seja lá qual for a sua interpretação da palavra. Esta era a intenção de Tom Zé, brincar com a ambigüidade. Um olho, uma boca ou um ânus poderiam ser vistas pelas pessoas dependendo da imaginação de cada um. Mas o que de fato importa é que Tom Zé atingiu seu objetivo. O sutil protesto entrou para a história da música brasileira. Sem alarde, sem tumulto. Aos olhos da ditadura.
Postado por Andrea Gomes, Marcelle Maia e Maurício Maciel
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