quarta-feira, 26 de maio de 2010

Breve história das capas dos discos de jazz (décadas de 40 e 50)

Autêntico fenômeno de massa entre a juventude que dançava ao ritmo das grandes orquestras de swing, o jazz começa a construir a história das capas de disco no período em que o gênero era considerado hegemônico na sociedade norte-americana. Em 1939, um jovem de 23 anos, diretor artístico da Columbia Records - uma das maiores gravadoras de todos os tempos - chamado Alex Steinwess, teve a brilhante intuição de que discos com capas ilustradas seriam muito mais atrativos que do que os feios embrulhos de papel grosso, com traços de marrom ou cinza. Gradativamente, este modo de embalar o disco foi imitado pelas gravadoras, e os álbuns, pouco a pouco, vieram com a célebre idéia de Alex.

O primeiro disco a ser fabricado com capas ilustradas foi o “Smash Song Hits” de Rodgers & Hart. O titulo, os artistas e o nome da gravadora estão escritos em caracteres luminosos sobre a marquise de uma casa de shows da Broadway; todo ele ilustrado sobre as linhas vermelhas de um disco.












Lançada a idéia e reconhecido o êxito da primeira capa ilustrada, a Columbia Records contrata, em 1942, James Flora, que idealizou, durante a década de 40, capas de cores muito vivas que representavam geralmente a caricatura do próprio músico. As capas desenhadas por James Flora enfatizavam a alegria da música, com um notável estilo pré-colombiano, como as capas feitas para Gene Krupa e Kid Ory.












Nos anos 50, o jazz havia mudado, e, com ele, suas capas sofreram uma nova transformação, possibilitada pelo surgimento do método de impressão em offset e a melhora das técnicas fotográficas. A Contemporary Records e a Pacific Records foram os dois selos pioneiros nesta época. A partir de então, o fotógrafo William Claxton surge para instituir um novo padrão para o registro do jazz. Suas imagens são registradas na Costa Oeste norte-americana, onde o sol da Califórnia e o azul do oceano pacífico atuam para consolidar esse novo estilo colorido em contraposição com o predominante preto e branco da Costa Leste. A capa da coletânea “Jazz West Coast”; a de Chet Baker em um barco, do disco “Chet Baker and Crew”, ou a de Sonny Rollins em “Way Out West” são claros exemplos deste estilo.
























Também na década de 50, o extraordinário artista David Stone Martin vai imprimir seu estilo nas capas do selo Verve. Seus desenhos ilustram as capas dos álbuns de Count Basie, Charlie Parker, Lionel Hampton e outros artistas. São pequenas obras-primas de simplicidade e beleza.




















Contratado pela gravadora Blue Note - que surgiu em 1956 -, Red Miles, um brilhante designer da música clássica, teve ótimas idéias que contribuíram para dar ao selo um look moderno e original, mas que rapidamente seria imitado. Para isso, contou com o fotógrafo Francis Wolf, que tinha um estilo muito peculiar. Wolf fotografava as pernas de uma mulher passeando pela rua, como em “Cool Struttin”, de Sonny Clark; a cabeça de um músico cortada pela metade, como em “A Fickle Sonance”, de Jackie Mclean; ou um instrumento ocupando mais espaço do que o próprio músico, como em “Hustlin”, de Stanley Turrentine.







































Postado por Diego Ferreira, Fernanda Tirre, Mariana Schneiderman e Paloma de Macedo

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